22 agosto, 2008

O laço roxo

Me lembro como se fosse hoje. Aquele laço rechonchudo,de colocar no cabelo. Estava posto sob a mesa da diretoria, as professoras separavam os pacotinhos de surpresinha para a festa junina da escola. Não sei ao certo a minha atitude, mas sei que espreitei em silêncio esse laço. Já era essa Julieta...querendo e mostrando querer coisas;
Sei que a festa junina aconteceu, e jamais esqueceria a alegria que me acometeu ao abrir o pacote de "surpresinha" com aquele enorme laço roxo!! Enorme. Por muitos anos acreditei que havia sido um golpe de sorte do destino, demorei a perceber que era simplesmente o efeito dos meus olhinhos persuasivos e "pidões".

Sempre gostei de laços grandes, usava por muito tempo e sempre, o laço de fita que vinha nas flores. Deitada da minha cama o observava na estante, com um enorme desejo de pendurá-lo no meu cabelo, essa imagem eu também guardo muito forte, a imagem e o sentimento do desejo, talvez começasse a chamá-lo assim por essa época. Ninguém me disse que gostar de laços era coisa de menina, eu simplesmente o era em exagero. Mamãe me chamava de viúva porsina e papai de penélope charmosa. Para mim, sempre uma dose a mais de cada coisa, parece que nasci querendo o a mais.

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