19 maio, 2013

O pequeno botão de rosa



Era uma vez uma rosa amarela. Ela brotou num dia de sol sob a força da natureza e se mostrou vigorosa, esplendorosa. Ainda era botão, levemente fechado, que, ao soprar da brisa, se abria em pequenos pedaços e lentamente se fechava novamente, agasalhando-se em sono leve.
Sob a luz do sol se alimentava,se nutria e crescia.
Até que ao fim do décimo dia, o botão sentiu uma rajada de vento mais forte que habitual. Estremeceu-se em seus pequenos e frágeis espinhos e voo levemente, desprendendo-se da mãe roseira e caindo nas águas do rio.
A roseira se balançou com o movimento da filha que voava, e, ao som do vento forte e agudo que soprava, esticou seus galhos na direção do rio, que, ao soprar do vento rapidamente se agitou e carregou a pequena rosa amarela.

O vento soprava e o pequeno botão de rosa descia, e a roseira...a roseira chorava. E por ser roseira não era choro de gente, era choro de flor despedaçada. Ritimava com o sibiliar do vento o chacoalhar de suas folhas, galhos, e outras pequenas rosas que carregava em si.

A pequena rosa amarela absorveu-se pela água, encharcou-se do rio e desceu até sua margem.Boiou até o canto e em um pequeno pedaço de terra aterrou, ensopada, nem tão amarela, mas ainda botão.

Foi quando a roseira que gritava pelo chacoalhar de suas folhas silenciou-se.
Esperou o sol.
Rendeu-se à brisa e ao tempo.
E aos poucos algumas de suas folhas foram caindo no rio, descendo suas águas até chegarem à mesma margem em que descansava o tão pequeno botão de rosa amarela.

Os pedaços da mãe roseira boiaram por cima do pequeno botão, cobrindo-lhe de amor. E lhe secaram a água. Depois integraram-se a terra. Que se abriu em grande buraco. Foi então que a ponta do botão ao chão mergulhou.

E se alimentando da terra brotou novamente. Se abriu e cresceu. Frondosa e aberta para o sol.