27 abril, 2010

Coincidência???

Em Outubro de 2009 sonhei que escrevia em várias folhas de papel a data: 31 de Agosto. Acordei encucada, afinal como que se sonha com algo tão preciso como uma data, com direito a dia e mês? Pesquisei coisas na internet e nada achei.
Dois meses e pouco depois engravidei e ao me deparar com o calendário lá estava: fecho meu 9 mês precisamente no dia: 31 de Agosto. De 2010. Nem um dia antes. Nem um dia depois. Dia 31 de Agosto é 40 semana da minha gestação. Pode ser que venha antes ou depois mas de todo modo é ali, naquele dia que se fecha o ciclo completo de formação do bebê dentro de mim.
Depois disso, antes de saber o sexo do bebê sonhei que falava com uma amiga: Minha filha é Manuela. O bonito nome até então não era cogitado por mim e Leo. Mas depois do sonho percebemos o quão bonito era e o colocamos na lista, junto a outras possibilidades de nome de mulher. Fizemos um sorteio. Saiu Manuela. Não contestamos. Não poderíamos. E afinal de contas Manuela é lindo. É música, é doce.
A gravidez seguiu e comecei a ganhar casaco cor de rosa de uma amiga, macacão de borboleta de outra e ninguém havia dito que era menina ainda. Ou melhor, nenhum médico ou exame. Fora isso todo mundo só dizia isso. É menina, é menina. No final já até me divertia, perguntando até pra desconhecidos: o que você acha que é?Só pra ouvir a mesma resposta: menina! A prima do Leo sonhou que era menina, o Diego meu amigo sonhou que era menina, e minha sogra, sua avó, um dia antes do ultrassom que desvendaria esse "mistério" também teve esse sonho.
Não preciso dizer né. É menina, é Manuela e nascerá não sei quando, estou com 5 meses, mas fecha o nono mês no dia 31 de Agosto.
Deus segura essa menina porque ela avisou que vinha, que era mulher e ainda escolheu seu nome!!! Deve ser da pavirada essa minha filhota!

09 abril, 2010

Manuela, fico feliz

Há dois dias descobri que você é uma menina. E já me deleito com os aromas de sua feminilidade que virá.

Fico feliz filha de saber que talvez você se identifique com a poesia de Clarice Lispector, que se deleite com paixões platônicas que irão lhe prostar frente ao nada navegando em um mundo de sonhos de amores perfeitos. Que irá pensar em colorir as unhas, pintar os lábios, em ser sedutora, em ser protetora.

Fico feliz de você ter o pai que tem e saber que crescerá não só cercada de amor mas também de muita sensibilidade, pois você vem de uma mãe tão sensível e transbordante de emoções que chega a ser até demais, mas mais que isso você vem de um pai delicado, doce, gentil, sutil, e que nos entende muito meu amor. Ele sabe do nosso universo e saberá sempre respeitar esse mundo seu, tão feminino e complexo, como só nós mulheres sabemos ser.

Fico também feliz de você chegar em um momento em que a mulher é dona de suas decisões no mundo, é independente, e se utiliza daquela dita "fragilidade" apenas com um charme para adocicar sua enorme força. Me tranquiliza saber que você terá espaço nesse mundo para se posicionar e ser mulher o quanto quiser. Agradeçamos à nossas avós, aos que antes de nós começaram a abrir esse caminho.
Seu nome veio de uma intuição, veio de sonho e sorteio e não sei se foi escolhido por você, mas de verdade só foi simplesmente aceito por nós. E gostamos porque é doce e é melódico. Ontem seu pai me pegou pelo braço e me mostrou uma linda menina de uns seis anos e me disse: acho que a Manuela vai ter aquele cabelo.
Já começamos a te imaginar. Sem contudo querer definir quem você será, para isso queremos a doce surpresa dos dias, que você se descubra e se revele a nós a cada dia da sua existência e nós estaremos aqui, para te aceitar da forma única que você virá, te respeitar e muito, muito te amar.
Ah minha Manuela, nossa Manuela, fico muito feliz com a notícia de que és. E fico feliz com a espera de sua chegada.Se desenvolva com saúde e perfeição e daqui uns meses te envolveremos ainda mais com nosso amor e alegria.

02 abril, 2010

Bach é tão melancólico. E ainda assim me torturo. Repetindo seus sons no meu computador nessa manhã de uma sexta feira da paixão cinza e fresca. Bach me fala de saudade, de dor, de amor e esperança e a ele recorro sempre que quero sentir algo que não tem nome. Forjo a melancolia, deixo os olhos arderem e então vem a minha infância, minha tia, minha casa na Serra de onde ela era vizinha. Procuro Bach para ser melancólica em uma tortura saborosa de sentidos, quando já se entende que a vida necessita da melancolia como tempero suave, ardido e levemente doce. Nos leva a nós mesmos.