26 fevereiro, 2010

viagem no tempo

Porque tão nostálgica? Pra quê que meu corpo precisa reviver tudo ao ver uma simples imagem?
Aprendi com o tempo a cultivar a nostalgia, a aceita-la em seu sabor amargo e doce que nos traz a noção do tempo. De sua marca. De nossa jornada. Estou mais nostálgica que nunca e forjando a nostalgia muitas vezes, ou deixando que ela me invada, me inunde, me angustie e me deixe um leve sorriso no rosto ao me deixar. São pequenos regressos no tempo, com cheiros e velhas sensações. Londres, Rio, adolescência, infância.
Tudo refletido em pequenas paisagens ou as vezes até mesmo no olhar de um desconhecido no sinal de trânsito. Em pequenas coisas viajo por segundos no tempo, vou até onde posso descobrir que não sou mais a mesma, mas continuo a mesma, e com os braços esticados em um suspiro tento agarrar algo daquela lembrança que me faz o que sou agora, pedir que me deleite por alguns segundos mais, mas não dá. O corpo pede que siga em frente e para a frente se olhe. Aprendi a amar cada instante da vida que já vivi, a esticar os dedos agarrando a nostalgia e assim deixar que ela escorra por entre eles, deixando gostinho de continuar; o agora, antes que seja apenas um segundo de viagem no tempo que não posso mais agarrar, repleto de saudade. A saudade me faz. E é bom.