06 junho, 2011

Adeus.

O que será esse caminho tortuoso do universo que nos arma tantos encontros? Me presenteia com encontros de luz e alegria como o que tive com meu marido, com minhas amigas de infância, o que presenciei ao olhar dentro dos olhos da minha filha, os que tive em Londres. E em cada pedacinho desse caminho, e em cada pequeno ou grande encontro desses eu me faço. E a vida é breve. E ela vai acabar. E a gente não acredita. E hoje celebro o encontro que tive e tinha todos os dias ao ir pra escola durante meu primeiro ano de Inglaterra. Uma inglesa-indiana-africana que me ensinava inglês, me acalmava nas aulas de acrobacia, dava me aulas de solidariedade e generosidade no dia a dia e me disse algo que nunca mais esqueci: "quando como algo penso em cada um que participou da feitura desse prato, desde a plantação dos vegetais, e lhes agradeço por me possibilitarem o que comer". Didge meu amor, as sementes que você plantou em mim germinam a cada dia, dão flores, e me ensinam sobre gratidão; não agradeço só aos que me deram este prato de comida, mas a cada um que cruzou meu caminho e me alimentou de beleza e sabedoria, e me fez maior. Você foi uma guerreira, lutou contra esse cancêr por 3 anos quando lhe davam apenas 6 meses de vida. Você agora descansa. Mas te carrego na minha alma. E te agradeço. Que a imensidão do universo te acolha e que você flutue sobre nós, em silêncio e em paz. Obrigada por ter feito parte de mim e do meu caminho. E obrigada por ser o que é.