05 outubro, 2008

sobre fadas e bruxas

Quando eu era criança tinha toda aquela fantasia com fadas, das triviais às originais- como a dos grãos de poeira refletindo na luz serem fadinhas. Adorava a fada dos dentes, que me deixava presentes embaixo do travesseiro, lembro que passei a questionar essa fada quando os presentes passaram a vir com muitos recados educativos do tipo "sempre saiba dividir suas coisas com seus irmãos". Humm, isso não era coisa de fada mas de mãe que adora que os filhos acreditem em fadas e não perde o gancho pedagógico.

Quando criança tinha medo das bruxas e adorava as fadas, acho que o fato delas vestirem azul ajudava bastante, pois até hoje adoro azul. Agora crescida entendo que bruxas são fadas e fadas são bruxas, e me auto denomino bruxa muitas vezes, que é o resumo que encontro para as bruxas e fadas que vivem em nós. Me chamo bruxa, ou bruxinha, porque adivinho muita coisa, sou adivinhona sem intenção e converso com a natureza, e acredito nela e em nós como parte dela, enfim. Talvez me qualifique bruxa e não fada porque quando algo inesperado acontece eu penso que foi minha bruxaria que atraiu a fada, e não a bruxaria que fez acontecer. Complexo e metafórico mas nem tanto...

Fato é que ontem eu Leo ganhamos um presente de fadas. Juro.

Há três dias procurávamos uma casa pra nós aqui em Londres. Primeiro cismamos com uma area pela qual nos apaixonamos e aí olhamos, olhamos, e nada; ontem um senhor de barba e cabelos brancos nos abre a porta de uma casinha...uma casinha...toda decorada, limpinha, cheirosa, com tudo novinho, com espaço, janela e cores.

Foi uma varinha de condão em algum lugar que fez tilintintin...e lá estava.

Ao voltar do trabalho para casa ontem a noite, chovia, olhei para o céu, deixei os pingos caírem e pensei: eu sempre acredito, e acredito até o fim, e sempre até o fim é tudo como tem que ser, muito obrigado por só me dar razões para continuar a acreditar.

Era meu lado bruxa agradecendo o lado fada.

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