Era uma vez uma rosa
amarela. Ela brotou num dia de sol sob a força da natureza e se
mostrou vigorosa, esplendorosa. Ainda era botão, levemente fechado,
que, ao soprar da brisa, se abria em pequenos pedaços e lentamente
se fechava novamente, agasalhando-se em sono leve.
Sob a luz do sol se
alimentava,se nutria e crescia.
Até que ao fim do
décimo dia, o botão sentiu uma rajada de vento mais forte que
habitual. Estremeceu-se em seus pequenos e frágeis espinhos e voo
levemente, desprendendo-se da mãe roseira e caindo nas águas do
rio.
A roseira se balançou
com o movimento da filha que voava, e, ao som do vento forte e agudo
que soprava, esticou seus galhos na direção do rio, que, ao soprar
do vento rapidamente se agitou e carregou a pequena rosa amarela.
O vento soprava e o
pequeno botão de rosa descia, e a roseira...a roseira chorava. E por
ser roseira não era choro de gente, era choro de flor despedaçada.
Ritimava com o sibiliar do vento o chacoalhar de suas folhas, galhos,
e outras pequenas rosas que carregava em si.
A pequena rosa amarela
absorveu-se pela água, encharcou-se do rio e desceu até sua
margem.Boiou até o canto e em um pequeno pedaço de terra aterrou,
ensopada, nem tão amarela, mas ainda botão.
Foi quando a roseira
que gritava pelo chacoalhar de suas folhas silenciou-se.
Esperou o sol.
Rendeu-se à brisa e
ao tempo.
E aos poucos algumas de
suas folhas foram caindo no rio, descendo suas águas até chegarem à mesma margem em que descansava o tão pequeno botão de rosa amarela.
Os pedaços da mãe
roseira boiaram por cima do pequeno botão, cobrindo-lhe de amor. E
lhe secaram a água. Depois integraram-se a terra. Que se abriu em
grande buraco. Foi então que a ponta do botão ao chão mergulhou.
E se alimentando da
terra brotou novamente. Se abriu e cresceu. Frondosa e aberta para o
sol.