26 novembro, 2008

Um segundo

Enquanto as pessoas se ocupavam em falar sobre si mesmas, tentando responder à pergunta da professora: "você tem alguma experiência com administração de uma companhia teatral?" E se embrenhavam em um ninho do ego, em que falavam, falavam e não diziam nada, palavras vieram à minha cabeça.

Imagens e sensações. Palavras se desenharam no papel e descreveram a minha vontade de engolir o céu, desenhei poesias por letras que diziam sobre o vento que resseca a garganta quando escancaramos nossa boca apontada ao infinito e matamos a sede de imensidão azul. As escrevi no caderno.

Fui interrompida em meio ao engolir o céu por metáfora por uma colega que dizia, e suas palavras ocuparam, na minha cabeça, o lugar que antes estava o céu a ser engolido: "Na verdade não tenho muita experiência administrativa, mas..."

E o ego voltou a rodar.

Por um segundo fui ao ar, mas rapidamente voltei à Terra.

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