27 janeiro, 2009

Nascer

Ouvi uma vez que o lugar em que nascemos é aquele em que passamos a nos ver de uma forma inteligente.

Isso muito me tocou. Primeiro porque tenho incrível resistência em dizer que nasci em Londres. Talvez prefira dizer que a Inglaterra me fez mais brasileira e assim sendo renasci no calor do Rio de Janeiro, como história repetida contada sobre um diferente ângulo, eu mesma da mesma linda mistura, na mesma cidade maravilhosa, mas sob vista diferente. Eu mesma do mesmo porto, vista pelo avesso.

Ou dizer que não somente nasci em Londres porque ele me fez maior, mas também no Lispa. Mais uma vez no palco. Lá. Aqui. Sim.

O nascer e renascer em mim mesma, naquele lugar. Que sempre será o Rio de Janeiro, que sempre será o palco e o colo dos meus pais, com o calor dos meus amigos e irmãos e o aconchego do Leo. Essa sou eu. A brasileira que se fez mais do que isso em uma terra distante, terra essa que por não dizer tanto de mim, mostrou-me tudo que era preciso para entender-me, por ora. Isso é sempre finito porque o não entender-se será sempre infinito. Guimarães Rosa muito tem me alertado sobre isso, mudamos a todo tempo!
Mas o que carregamos, carregamos.

Nenhum comentário: