27 agosto, 2008

Andarilho- Cao Guimarães


Muito me fascina quem se deixa fascinar por imagens, por sons. Que sob seu ponto de vista deixa uma imagem aberta para que coloquemos o nosso. Que no país em que as pessoas são criadas pela televisão em um didatismo extremo, que até nos faz parecer mais burros que somos, ele nos traz algo sem grandes respostas. Em um filme que, para mim, começa com uma pergunta "porque e para onde eles andam?", questão que nos leva a nos perguntarmos se então não estamos nós nos iludindo, achando que andamos em uma direção precisa e objetiva, quando, na verdade a trilha vai ser sempre desconhecida,e nossos objetivos, no fundo, no fundo, incertos.
Cao Guimarães chega com seus filmes aonde quero chegar com meu teatro. É poesia, silêncio inebriante, jogo de imagens, sons, pessoas, fatos não fechados, gente. Foi uma experiência linda ver a pré estréia de Andarilhos, no Usina. Assim como ver seu vídeo de formiguinhas após o carnaval na Tate Mordern em Londres. No dia em que eu e Leo vimos as formiguinhas não sabíamos que era brasileiro, e nos enchemos de orgulho ao sairmos da sala e lermos os créditos na porta.
Vá assistir Andarilhos. Não espere por tramas mirabolantes, por um documentário auto explicativo, deixe-se levar e carregue consigo a experiência.

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