18 agosto, 2008

Brasil

Saindo de São Paulo fomos abordados por um homem que nos pediu dinheiro para comprar macarrão. Não sei se de fato ele queria comprar macarrão, mas sabemos que muitos pratos dessa especialidade ele não comeu, e que com certeza passa fome. Sua cara suja, os pés descalços e um ar intimidador de quem foi criado na rua. Nos dá medo. O coração aperta e bate forte, faz com que seguremos a alça da bolsa para que nosso míseros pertences não sejam furtados. Como somos pequenos. Assassinos e vítimas. E que país é esse, e que seres somos nós capazes de desumanizarmos outros, olhando como bichos, nos tornando escravos do medo. Nós e os que crescem nas ruas padecem do medo, são medos diferentes, mas somos iguais na constituição do corpo e no medo que temos, porque somos homens ainda que finjamos não ser, as vezes, ou que outros não o são.
Mas ainda assim o amor pelo Brasil é mais forte. Somos seres de esperança e poesia. E por isso que choro ao ver esse vídeo.

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